terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Tenha um 2010 atraente!


Nos últimos dias tenho tirado tempo pra ler nos fins de tarde frente a um lago aqui onde moro. Momentos de paz. De uns cinco dias para cá tenho notado algo bem interessante nessas tardes de leitura: uma ave, creio que uma garça ou do tipo, surge, passeia sobre o espelho d’água do lago, pousa, belisca algum peixe e, em alguns instantes, outros muitos pássaros de pequeno porte aparecem. Esses passarinhos surgem de repente, voam rasantes sobre o lago, molham-se num “quase-mergulho” de forma repetida. Eles só aparecem após a tal garça dar o ar da sua graça(tudo bem, o trocadilho foi meio forçado!). É como se a garça os houvesse atraído ao local. Aliás, eu creio piamente que seja isso, pois repetidamente foi assim. Ela chega e em poucos instantes os passarinhos tomam conta do espaço aéreo acima do lago.

2010 eu quero ser como aquela garça. Quero atrair. Atrair coisas e, principalmente, pessoas boas. Fica aqui minha sugestão para esse ano novo: Atraia, querido leitor. Atraia loiros(as), negros(as), ruivos(as). Atraia! Atraia bons amigos, atraia um grande amor que ficou no passado ou que esteja no futuro. “Re-atraia” aqueles que estão um pouco afastados, mas que não perderam a importância. Enfim, atraia boas oportunidades. Pode ser que elas não voltem em 2011 ou 2012. Atraia e agarre o que te fará mais forte em 2010!





quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A Cor do Brasil - O Estado Garantirá...


"O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais populares, indígenas e afro-brasileiras, e de outros grupos participantes do processo civilizatório brasileiro"

(Artigo 215 da Constituição Federal)


"O Estado garantirá..." O que o Estado tem garantido?

Bem... Após esse longo período sem matéria nova, devido a correria das últimas semanas, o Crítico dos Tempos retorna. E, de quando em vez, teremos algo a falar sobre preconceito, cultura afro e toda a questão que envolve a causa da pessoa negra em nossa sociedade. Deve-se a isso o fato deste humilde estudioso estar se aprofundando academicamente nessas questões.

Por hora, eu quero dividir com os amigos leitores, pensantes e reflexivos que sei que são, um tópico básico. Por que abordar essa questão? Eu sou branco, bem como muitos que visitam esse blog. Por que motivo é importante trazer esse assunto à reflexão?

Na humilde tentativa de uma resposta ao proposto, eu preciso voltar algumas centenas de anos no tempo e lembrar ao amigo ou amiga que os negros, ascendentes desses todos que aqui estão hoje, foram trazidos através de um infame comércio simplesmente para gerarem lucro. Preciso lembrar-vos que eles viviam sob as mais severas condições de sobrevivência, sem os mínimos direitos às básicas estruturas de vida. Preciso lembrar-vos também que toda a carga cultural desses negros africanos do século XVI ao XIX foram simplesmente desconsideradas, violadas, contrariadas, uma vez que eles eram obrigados a abandonar seus costumes, ritos e demais representações culturais. Preciso, ainda, lembrar-vos, se os amigos tem essa consciência, de que todo esse processo vil, ou seja, a forma o motivo pelo qual se escravizou o negro africano, ascendente dos nossos irmãos negros com os quais vivemos hoje em sociedade, é uma grande injustiça histórica.

Há alguns meses eu vi na televisão uma atriz negra defender as famosas e controvertidas "cotas para negros" das faculdades. A moça disse que essa política era válida para que se pudesse reparar um erro histórico, o erro de tornar o negro subalterno na sociedade brasileira. Não vamos tratar nessa matéria a política de cotas, mas aproveito as palavras da atriz. Precisamos reparar um erro histórico. Esse é um dos motivos pelo qual escrevo sobre esse assunto e um dos principais pelo qual desejo me aprofundar nessa questão, desde o século XV ou XVI até os nossos dias.

domingo, 18 de outubro de 2009

O Índio e a Estrela Brilhante

Num tempo não muito distante havia um jovem índio que, muito triste, havia pedido ao seu deus Tupã que lhe afastasse sua tristeza. Ao anoitecer, o índio notou no céu uma estrela muito brilhante e de tamanho maior que as outras. Aquela era a estrela mais bonita que ele já havia visto em sua vida. Ficou feliz e agradeceu ao seu deus Tupã, pois a estrela o havia alegrado o coração.
No dia seguinte, o índio trabalhava mais disposto e a noite, da entrada de sua cabana, viu mais uma vez aquela estrela tão grande e brilhante que alegrou seu coração no dia anterior. Mais feliz ficou o jovem índio. Na noite seguinte pela terceira vez ele via a grande estrela. No quarto dia seu coração já palpitava ao entardecer, pois acreditava que veria mais uma vez aquela estrela grande. O índio estava apaixonado pela estrela que o seu deus Tupã lhe concedera. No quinto, no sexto dia ele estava ainda mais feliz e apaixonado pela estrela e não imaginava não poder ver a sua amada estrela antes de dormir.
No sétimo dia desde que avistara a estrela estava nublado e o apaixonado índio não pode ver sua amada brilhante. Três dias depois fez tempo bom, mas a noite o índio não viu mais a estrela pela qual se apaixonou. No outro dia, também sem nuvens, a estrela não apareceu.
Nunca mais o índio viu sua estrela apaixonante, pois se tratava de um cometa que cortava o céu do Planeta Terra. Cometas passam e demoram muitos anos para passar de novo. Muitas vezes passam uma vez e nunca mais retornam. O jovem índio chorou, brigou com Tupã, mas entendeu que é preciso esquecer sua paixão.

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O índio urbano nem sempre diferencia o que é uma estrela ou um cometa. Quando é uma estrela, ele entende que o céu é feito de muitas outras. Quando é um cometa, ele tem paciência para esperar cruzar o seu céu novamente.

domingo, 16 de agosto de 2009

Comida, Diversão e Arte!


Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
A gente não quer só comida
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte.
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer.

Nessas férias tive a nobre idéias de fazer um curso de extensão na universidade, um curso de História da Arte. Nesse tempo divaguei sobre a importância da arte em nosso cotidiano. Notei, com certo conhecimento de causa, que a gente não precisa nem pode ter uma vida tão trivial, uma vida só de "comida e bebida".

Pouca gente tem acesso a arte, excetuando, em certa escala, as artes da massa, pertencentes da "sociedade do espetáculo". A música que mexe o povão, a novela, os filmes, são decerto arte. No entanto, o "outro lado" da arte, o lado B, as artes visuais de elite, chamadas de belas artes, mesmo as músicas eruditas, o cinema cult, tem pouco alcance. Em parte pela questão de gosto popular, mas não só por isso. É muito facil entender a arte do Zeca Pagodinho(e claro que ele tem excelentes letras e músicas), também facil assimilar a novela das 20h(claro também que a partir dela se obtem noções culturais). Não tão fácil, porém, é interpretar Leonardo Da Vinci ou Auguste Renoir. Esse privilégio acaba sendo mantido para as elites dominantes. Para isso é preciso espírito crítico.

O filósofo Immanuel Kant escreveu:

"Só a crítica pode cortar pela raiz o materialismo, o fatalismo, o ateísmo, a incredulidade dos espíritos fortes, o fanatismo e a superstição, que se podem tornar nocivos a todos e, por último, também o idealismo e o cepticismo, que são sobretudo perigosos para as escolas e dificilmente se propagam no público"(Crítica da Razão Pura)

Compreenda comigo, interessa aos poderes dominantes que tenhamos espírito crítico? Interessa aos mandatários da nação que tenhamos discernimento entre o melhor e o pior, entre o que é bom e o que é ruim? Claro que não. Portanto, isso explica o porquê de a arte que faz pensar e repensar ser liberada a "conta-gotas". Isso explica a nossa fraca política de incentivo as artes. A História mostra que em muitos dos movimentos do mundo moderno que visavam revoluções para melhores condições de liberdade, ética e igualdade estavam envolvidos artistas pensantes, homens que sonhavam e trabalhavam por um mundo melhor.

Apreciar arte, a verdadeira arte, é libertar e libertar-se. Transforma por fora e por dentro. Adoça a vida, abre os olhos e enobrece. Fica aqui o "toque" para que sua vida tenha mais arte.



Obras de arte na ordem :
- Abaporu (Tarsila do Amaral) - NO TOPO
- Impressão, Nascer do Sol (Claude Monet)
- Detalhe da "Luxúria" em Sete Pecados Capitais (Hieronimus Bosh)
- Escultura Pietà (Michelangelo)
- A Noite Estrelada (Vincent Van Gogh)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Empalamento Psicológico Infantil

Coloquei-me a pensar com uma notícia que li hoje. Devido a reclamação de um pai de aluno da rede pública de ensino, o livro didático de História da "Coleção Projeto Pitanguá", da Editora Moderna, está sendo tirado de circulação. Motivo: No referido livro há uma imagem de empalamento indígena. Na cena do francês Theodore de Bry, do século XVI, alunos do 4º ano do Ensino Fundamental veem um indígena aprisionado de bruços e uma índia introduzindo no ânus dele uma estaca aguda. O empalamento foi utilizado em diferentes tempos e culturas. Os vikings, na Idade Antiga, quando desceram a escandinávia em busca de terras e melhores condições de vida para sua civilização que muito crescia utilizou o empalamento e com isso intimidava previamente as populações de terras ainda não invadidas. A prática de tortura e pena também foi utilizada no Brasil pelo cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, vulgo "Lampião".
Tudo bem. A cena é deveras forte e eu quero deixar bem claro que até acho inadequado para uma criança de 4ª série lidar didaticamente com uma imagem de tortura sacrifical tão forte, mas a sala de aula é o único lugar em que a violência alcança as crianças? Outra pergunta: Os pais que consideram imprópria tal imagem permitem que seus filhos vejam(por exemplo) desenhos animados? Bem sabemos que o que se disponibiliza para as nossas crianças na televisão tem se resumido em violência de vários tipos. Nesses desenhos "animadíssimos" vemos corrupção, mentira, contra-cultura, apego a coisas materiais e muito, muito, mas muito sangue. De tal maneira que, sem dúvida, as crianças, adolescentes e jovens crescem acostumados, adequados a essa realidade nua e crua, mas também fantasiada, da violência e outras mazelas atingíveis pelo psicológico. Também pode-se afirmar sem medo de errar que isso muito contrubui para uma sociedade ainda mais violenta e desestruturada a curto, médio e longo prazos. A banalização da violência na televisão acarreta não apenas mais violência para o cotidiano das sociedades presentes e futuras, mas também amedronta, assusta, tal qual faziam os vikings nos tempos antigos.


Na verdade isso não é nada novo. Tom & Jerry, Pica Pau, Zé Colméia e outros desenhos mais antigos também exibem cenas de violência recorrentemente. Mas o que vigora hoje são os desenhos explosivos, ricos em ponta-pés fatais, poderes atômicos, com monstros de outro mundo e com cara de poucos amigos. É claro que nem todos que assistem esses desenhos são ou serão assassinos em potencial, mas a ambientação com a violência não pode gerar frutos positivos, não é verdade? Como não sou radical, penso que é preciso moderação no uso da televisão, sobretudo para as crianças.

Enfim, é uma grande verdade que a violência tem chegado aos lares através desse maravilhoso instrumento chamado televisão. No entanto, cuidado! ou qualquer dia você chegar em casa e encontrar a estante onde fica a sua TV cheia de sangue...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Porquê de Escrever

Segundo a História, a escrita surgiu na Mesopotâmia por volta do ano 3.200 a.C. e se desenvolveu primariamente pela necessidade de contabilizar os dividendos do comércio e os impostos. Também foi fundamental para a formação de Estados e para a afirmação das pessoas como seres pensantes. É a forma fundamental de transferência de experiência e cultura. Com a multiplicação do saber, a escrita se torna o elemento mais comum a nossa volta. Livros, revistas, Internet, placas, etc. Não é possível estar em movimento sem a todo o momento estar diante de algo escrito.

Mas,

Mesmo quando não o fazemos de forma profissional ou com compromisso,

Por que escrevemos?

No começo de 2008 tive a feliz idéia de começar a escrever esse blog. Por que eu fiz isso? Escrever é uma terapia, mas não só isso. Escrever(em um blog) é um instrumento que eu tenho para compartilhar minhas idéias e visão de mundo, mas não é só isso. Escrever aperfeiçoa a compreensão e traz resultados fantásticos para a fala, a leitura e a própria escrita, mas não é só isso. Eu posso ajudar alguém através do que escrevo, proporcionar momentos alegres, de reflexão, de esclarecimento, mas não é só isso. Enquanto lê esse artigo, você é levado a pensar se estou certo ou errado, você pode concordar ou discordar, logo você é levado a uma análise crítica e a persistência na conclusão disso poderá te levar a novas e velhas idéias, projetos, etc. Mas escrever não é só isso. Escrever é, também, uma forma de você fazer-se entender como pessoa, mesmo que não esteja falando de si próprio. Tem muito de si mesmo nos seus textos, mesmo que você não queira. Engraçado... Quando resolvi escrever esse blog eu decidi não ser “totalmente eu”, adotei um “estilo laico”, baseado meramente em idéias, digamos, científicas, como que para não influenciar os leitores com minhas idéias mais íntimas. Resultado: não consegui. Mesmo que eu não me revele totalmente, é claramente perceptível quem eu sou.

Há muito de si próprio no que você escreve, mesmo que você não queira.

Então, escreva! “Cartinhas de amor ridículas”, como diria Fernando Pessoa, artigos sérios, piadas, versos ou prosa. Mude sua vida ou mude o mundo. Não pare.

Escreva!









segunda-feira, 2 de março de 2009

Mídia Televisiva x René Descartes – Você pensa?

Criado na década de 1920, o aparelho de televisão em pouco tempo passou a fazer parte do dia a dia das pessoas em todo o mundo. É o mais poderoso e popular sistema de comunicação já criado. Com os sistemas de transmissão variados e fortes, a TV tornou-se um meio muito interessante para entretenimento, informação e assimilação cultural. Mas, como “a mesma mão que mata é a que balança o berço”, esse prático e interessante aparelho tem servido para a deterioração da sociedade. Faremos aqui uma pequena análise de uma das maiores características da televisão: A alienação, que força o consumo, estagna o interesse e capacidade de consciência, desvia a atenção de outros meios culturais, entre outros males.

Para entender isso é simples. Observe a grade da maior emissora de TV do país. Nos dias semanais você tem: TV Globinho, Sessão da Tarde, Mais Você, Novela das 6, novela das 7, novela das 8, Vale a Pena Ver de Novo, Malhação, Vídeo Show, etc(você pode lembrar de outros). E fim de semana? Tem o Faustão e suas vídeo cassetadas, para rir e se divertir com a desgraça alheia. Isso sem falar em ter que agüentar atrizes e personalidades fúteis e sem uma mínima formação intelecto-cultural atuando como formadores de opinião. Ah! E tem os comerciais, pois a televisão existem para os comerciais. Os programas são produzidos para que você assista aos comerciais. “Compre!”, “Consuma!”, “Beba!”. “Compre de novo!”. Embriague-se com moderação! A TV é o intermediário entre a agência de propaganda e o consumidor. A sua função é fazer você consumir. Interessa aos poderosos que pessoas com pouco espírito crítico assistem aos programas de TV. Interessa a eles pessoas que não pensem, que comprem o que eles mandarem.

“Consumo, logo existo”

Tem o Big Brother Brasil, não poderia deixar de citar. A fofoca em nível nacional. Um programa que não dá pra entender nem o porquê do título “grande irmão”. E depois de terminado o programa a gente que não o assistiu tem que aturar as notícias de “fulana(ou fulano), ex-bbb” vai posar pra revista tal, e o pior, eles filosofando sobre cotidiano e comportamento em toda a mídia nacional! Vamos lembrar também do Pedro Bial(um homem inteligente e culto, a serviço da hipocrisia) com suas frases “Salve, salve nossos heróis, nossos guerreiros, nossos mártires, nossos fiéis sobreviventes...”. Como está falido o conceito de heroísmo! Você sabia que há milhares(sim, eu disse milhares!) de escolas no Brasil sem banheiro, sem piso, e com número insuficiente de assentos e mesas? Você sabe que esses professores do Nordeste ganham uma miséria ainda maior para trabalhar em regime de quase sacerdócio e também sabe que muitos dos seus alunos acordam de madrugada, de estômago puro, para assistir aulas nessas condições precárias. Não seriam esses mestres e estudantes verdadeiros heróis, dignos de assim serem chamados em horário nobre?

Emissoras de TV tem a obrigação de manter programas educativos em sua grade. Mas, perceba, esse programas são em horários indecentes! Globo Ecologia e Globo Ciência, por exemplo, são exibidos praticamente em madrugadas. A educação proporciona capacidade analítica, permite escolhas baseadas na racionalidade, causando um consumo consciente.Você acha que isso interessa a quem se afortuna com a audiência dos menos sabidos e conscientes?

O brasileiro assiste, em média, cinco horas por dia de televisão. Qual será a média diária de leitura, de conversa sadia, de aprendizagem, da prática de ajuda a quem precisa????

A Alienação que causa a necrose na capacidade de pensar da sociedade não é apenas motivada pela televisão e seus canais populares, mas é bastante coerente reconhecer que hoje eles estão entre os principais inimigos da sociedade. O conceito de existência real atrelada ao poder de pensar e agir conscientemente é derrubado pela imposição do comércio psicótico que a televisão exerce, obrigando ao consumo desenfreado e vazio. René Descartes deve estar se revirando no túmulo...

É claro que eu assisto televisão, pouco, mas assisto. É claro que precisamos de entretenimento na televisão e fora dela. Mas, como para tudo, é preciso um uso consciente desse tão interessante meio de informação, entretenimento e assimilação cultural.

“O ser humano não tinha aprendido a amar o próximo e já tinha inventado a televisão, que ensina a desprezar o distante.” (Millôr Fernandes)

Você pensa? Você existe?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Felicidade - O quê que é isso?????



Tenho certeza de que, por mais que eu use palavras convincentes e argumentos plausíveis, não terá sido possível definir claramente tal palavra. Ou talvez a mais singela explicação a explica inteiramente.

Vamos definir simploriamente. Felicidade seria (impossível não designar condicional no verbo) a satisfação, o bem-estar, a sensação de paz interior. Podemos usar expressões sinônimas mais explícitas como júbilo, êxtase, alegria duradoura, entre outras. Você pode dizer que está feliz, significando um momento explosivo desse sentimento. Pode dizer, no entanto, que é feliz, demonstrando uma sensação de bem-estar contínuo.

Para Nietzsche felicidade consistia em fazer o que simplesmente apraz, não importando se as convenções sociais consideravam morais, imorais ou amorais a prática da felicidade “diferente do que a sociedade estava acostumada”. O importante, portanto, é obter prazer, desconsiderando se é “socialmente” certo ou errado. Para Calvino e a corrente do puritanismo a obtenção da felicidade genuína viria da a sólida realização de atitudes que constroem sentimentos e respostas que não ferissem as normas vigentes da boa vida em sociedade. Para Calvino, portanto, a felicidade, era algo puro, e não se obtinha de qualquer forma. Para os filósofos hedonistas o fundamento da vida moral é o prazer, logo, isso é felicidade. Para filósofos epicuristas uma vida de prazer predominante era a chave para a felicidade. Para o Budismo a felicidade está em renunciar as coisas do ego, visão bem diferente do Hedonismo e do Epicurismo. Para alguma outra pessoa, sendo ela um pensador renomado ou não, felicidade pode ser alguma coisa boa entre coisas ruins. Enfim, há muitas visões de felicidade. Qual a certa e qual a errada? Existe a certa ou a errada?

Algumas pessoas têm o que pensamos ser “tudo para ser feliz”. Mas não são. Por quê? Eu posso comparar duas situações.

- Certa vez numa fila de banco um senhor muito humilde, trajando roupas puídas e um chinelo bem gasto pediu-me para ler seu extrato de conta corrente (ele me confundiu com alguém do banco). Ele tinha mais de 60 mil reais em sua conta e, provavelmente, estava muito feliz em ter tomado o ônibus lotado, trajando sua roupa surrada e seu chinelo muito gasto. Ao passo que ele podia ter um carro e roupas melhores. Ele devia sentir-se muito feliz com as humildes refeições que tinha em seu humilde lar, mesmo podendo comer em restaurantes e morar numa casa com ar condicionado.

- Noutra vez um cliente numa belíssima mansão situada numa enorme propriedade de frente para o mar de Armação dos Búzios reclamou para mim que não tinha paz (felicidade).

A relatividade desse sentimento chamado felicidade é por demais clara. É possível que alguém que tem uma esposa ou namorada linda, maravilhosa, atenciosa, inteligente, pacífica (imagine um monte de outros adjetivos interessantes)e, além de tudo, que o ama muito e não se sentir feliz. É possível também que alguém queira muito menos que isso da vida para ser feliz ou ainda alguém que não tenha nem tem perspectiva alguma de tantos favores do destino e se considerar uma pessoa feliz.

A felicidade é algo complexo à medida que nós somos complexos. A felicidade é algo difícil à medida que nós mesmos somos difíceis. A felicidade é algo ilusório à medida que nós criamos utopias negativas em nós mesmos. A felicidade é algo inalcançável à medida que nós não a deixamos nos alcançar.

A felicidade pode ser qualquer coisa, mas você precisa saber o que ela é pra você. A felicidade está nos grandes empreendimentos e também nas pequenas coisinhas, pequenos eventos de meio segundo de duração.

Talvez eu seja bem prosaico se considerar felicidade aquilo que te completa, aquilo que não apenas te faz sorrir ou chorar numa explosão de emoção, mas também algo que te faz sonhar, ser melhor e fazer melhor.

O que quer que seja a “felicidade”, ela certamente é algo ao seu alcance. Porém, você pode decidir pra você mesmo que ela é impossível. Eu tenho certeza de que essa decisão fará de você uma pessoa infeliz.

Felicidades pra você, leitor!!!!



(Obs: a insistência em grifar a palavra FELICIDADE é com o objetivo de fazer no leitor uma lavagem cerebral. Pra você ser de hoje para sempre muito FELIZ)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Texto "Como Resolver Problemas" foi escolhido o melhor de janeiro


Quero agradecer aos amigos que escolheram esse texto(o abaixo) como o melhor desse mês de janeiro. A iniciativa é do blog Veriversun.

Também quero parabenizar os autores dos demais textos premiados como o selo:



Abraço a todos!!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Como Resolver Problemas? (dicas humildes de quem pouco entende)


Não é preciso conhecer muita gente pra ter no círculo de amizade pelo menos meia dúzia de pessoas choramingantes, lamentosas e reclamantes da sorte que a vida lhes proporcionou. E, como ouvinte bom e solícito, o prezado e paciente leitor responde com sinceridade de coração utilizando frases como: “Tudo vai melhorar”, “Tenha confiança”, “O tempo resolve tudo” e por aí vai. Claro que você não poderia dizer o contrário. Imagine um amigo(a) chorando as mágoas de problemas não resolvidos e você falar: “As coisas ainda vão piorar pra você”, “Desista de acreditar e morra”, “O tempo vai passar e você vai continuar na lama”.

As pessoas têm diferentes maneiras de perceber e lidar com seus problemas. Algumas são otimistas, seguras de si, autoconfiantes, muitas vezes se fecham e procuram resolver sozinhas as questões que as angustiam. Muitos outros são pessimistas, não acreditam em soluções, acham que tudo está perdido e vêem o choro e lamentar como uma forma de extravasar o que pensam não ter solução. De qualquer maneira, acredito que algumas atitudes cabem a todos os grupos de pessoas com problemas a resolver.

Claro que eu não sou um especialista em conselhos pra pessoas com problemas difíceis, mas algumas coisas práticas todos sabem, inclusive os que, como eu, tem problemas relevantes e, pelo menos de quando em vez utilizam alguns ombros amigos para despejar lágrimas. Como meu nome não é Augusto Cury e muito pouco ou quase nada sei de psicologia não vou ficar me delongando. São coisas que eu aprendi teoricamente, pelo menos, e que acho coerente.

- Identificar o problema. Não existe problema invisível. Talvez seja preciso uma boa auto-análise pra você mesmo entender o que se passa consigo. Mas você deve saber bem porque chora. Não se faça de desentendido. Pra um homem pode ser duro reconhecer que está sofrendo devido o seu orgulho ou incompetência técnica em alguma área da vida. Pra uma mulher também não deve ser fácil reconhecer erros que mexem com o seu brio. Eu quero dizer que a menos que o universo esteja duramente conspirando contra você ou uma conjunção astrológica muito desfavorável esteja te causando uma onda de azar inédita, o problema (ou parte do problema) é você ou está em você!

- Acredite na possibilidade de tudo ficar bem, sem ser fantasioso. Confie em Deus, confie em você. Se você não acredita, melhor parar e começar a chorar desesperadamente. Ou chame o Chapolin Colorado...

- Mãos à obra. Acredite na ajuda divina, mas não cruze os braços esperando que Deus desça pra resolver o que cabe só a você. Bem.. Você já sabe o que precisa resolver e acredita que vai resolver. Teoricamente(talvez apenas teoricamente) é bem simples. Exemplo: se o teu problema é o não rendimento no trabalho devido o cansaço, diminua as noitadas. Se você perdeu um grande amor por ser “duro”(não falo de grana), passe a ser mais maleável, amável. Se for “duro” de grana, qualifique-se e melhore sócio-economicamente. São apenas exemplos. Se o teu problema precisa ser resolvido junto a outras pessoas, aí é mais difícil, mas certamente essas pessoas também querem que tudo seja resolvido da melhor forma. É bem possível que você precise de ajuda externa. Não deixe de em contar com amigos experientes e procure ajuda profissional também, se necessário. Se você estava agindo de forma errada, a causar problemas, é preciso fazer o contrário, uma conversão de atitudes.

Muitas vezes, mais difícil que efetuar uma mudança interior é dar continuidade na nova maneira de proceder. Mas é preciso, pois cometer os mesmos erros fará com que os mesmos problemas voltem. É bem verdade que problemas precisam de tempo para serem resolvidos e em alguns casos o primeiro remédio é o tempo(porém, cuidado com a acomodação).

Que 2009 seja um ano de resolvermos antigos problemas e evitarmos novos.

Obs.: O amigo leitor pode contribuir com essa matéria, dando outras dicas na seção de comentários. Assim, eu vou atualizando essa postagem.

Abração!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Um 2009 melhor...


Pois é... Mais um ano findo e outro se revelando. Você, paciente leitor, que aqui atura tanta babaquice filosófico-pós-moderna, terá nessa postagem o (des)prazer de ler algo mais prático, porém, da mesma maneira, palavras jogadas ao vento, baboseiras de início de ano. Temos pela frente 360 dias desse esperançoso 2009. 360 dias é exatamente o ano comercial. Que coisa, hein?

Eu poderia escrever aqui: “Feliz 2009!” ou “Que os seus sonhos sejam realizados nesse novo ano que desponta em meio a toda essa turbulência sócio-econômica” ou mesmo o tradicional “Próspero ano novo!”, mas não! Posso fazer melhor e deixar algumas dicas. Algumas podem salvar teu ano, outras não federão nem cheirarão(grotesco, isso – to me superando) e outras ainda poderão acabar com teu 2009... Eis aí algumas idéias para um 2009 melhor:

1- Leia até o fim. Faça diferente esse ano. Pra muitos é chato ler emails com historinhas de lição de moral, religiosas ou power points. Não precisa participar das correntes, mas leia, vai! Ta lendo?

2- Se não tem, compre uma bicicleta. Não só por causa da saúde. As cicles estão cada vez mais raras e serviços de mecânica e peças de carro estão caríssimos.

3- Comunique-se mais. Principalmente de forma oral. (Não é fácil, mas)Use menos internet e torne sua vida mais real. Dê mais cor e sabor ao seu novo ano com menos virtualidades.

4- Se você não tem nenhum conhecimento de alguma arte, aprenda alguma logo nesse início de ano. Música(instrumento musical, teoria, vocal,etc), pintura, poesia, plásticas, qualquer arte. Sua vida terá um novo(e belo) horizonte.

5- Considere-se não tanto inteligente e considere os outros não tanto estúpidos. Você crescerá se entender a cultura alheia.

6- Estoure pipocas mesmo que não tenha um filme pra assistir.
7- É uma besteira isso de usar aquela lingerie especial ou a blusa nova se for uma data “especial” faça dos próximos 360 dias(e dos seguintes também), dias especiais.

8- (Especialmente para homens) Você não será menos macho se demonstrar cordialidade e afeto a um amigo ou se reconhecer diante de sua esposa ou namorado que está errado. Você também pode ficar do lado dela assistindo a novela ou um filme, mesmo se estiver passando jogo no outro canal.

9- (Especialmente para mulheres) Você pode ficar menos aborrecida se a gente preferir ver o canal de futebol de vez em quando. E mais: não é que a gente prefere o Flamengo a vocês, é que vocês não proporcionam pra gente a alegria de ver um vascaíno cabisbaixo no trabalho.

10- (Para os homossexuais) Amigos, não esperem que em 2009 tudo o que vocês reivindicam seja atendido. Os negros ainda não são socialmente livres, mesmo com tanta luta.

11- Leve sua mãe pra almoçar, se você ainda tem uma. Enquanto você tem uma!

12- Cole a foto de alguém que você muito ama na geladeira ou na parede do teu quarto. Olhe com doçura logo pela manhã e quando encontrá-lo(a), olhe pelo menos com a mesma doçura.

13- Conheça mais o lugar onde você mora. Não é preciso avião pra fazer turismo, nem mesmo um carro, muitas vezes.

14- Estamos no tempo da velocidade. Tudo é urgente, é pra ontem, para tudo temos pressa. Dê um stop nisso de vez em quando. Simplesmente pare.

15- Acrescente a essas idéias as suas.

16- Feliz 2009! Que os seus sonhos sejam realizados nesse novo ano que desponta em meio a toda essa turbulência sócio-econômica. Desejo a você um Próspero ano novo!