terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Tenha um 2010 atraente!


Nos últimos dias tenho tirado tempo pra ler nos fins de tarde frente a um lago aqui onde moro. Momentos de paz. De uns cinco dias para cá tenho notado algo bem interessante nessas tardes de leitura: uma ave, creio que uma garça ou do tipo, surge, passeia sobre o espelho d’água do lago, pousa, belisca algum peixe e, em alguns instantes, outros muitos pássaros de pequeno porte aparecem. Esses passarinhos surgem de repente, voam rasantes sobre o lago, molham-se num “quase-mergulho” de forma repetida. Eles só aparecem após a tal garça dar o ar da sua graça(tudo bem, o trocadilho foi meio forçado!). É como se a garça os houvesse atraído ao local. Aliás, eu creio piamente que seja isso, pois repetidamente foi assim. Ela chega e em poucos instantes os passarinhos tomam conta do espaço aéreo acima do lago.

2010 eu quero ser como aquela garça. Quero atrair. Atrair coisas e, principalmente, pessoas boas. Fica aqui minha sugestão para esse ano novo: Atraia, querido leitor. Atraia loiros(as), negros(as), ruivos(as). Atraia! Atraia bons amigos, atraia um grande amor que ficou no passado ou que esteja no futuro. “Re-atraia” aqueles que estão um pouco afastados, mas que não perderam a importância. Enfim, atraia boas oportunidades. Pode ser que elas não voltem em 2011 ou 2012. Atraia e agarre o que te fará mais forte em 2010!





quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A Cor do Brasil - O Estado Garantirá...


"O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais populares, indígenas e afro-brasileiras, e de outros grupos participantes do processo civilizatório brasileiro"

(Artigo 215 da Constituição Federal)


"O Estado garantirá..." O que o Estado tem garantido?

Bem... Após esse longo período sem matéria nova, devido a correria das últimas semanas, o Crítico dos Tempos retorna. E, de quando em vez, teremos algo a falar sobre preconceito, cultura afro e toda a questão que envolve a causa da pessoa negra em nossa sociedade. Deve-se a isso o fato deste humilde estudioso estar se aprofundando academicamente nessas questões.

Por hora, eu quero dividir com os amigos leitores, pensantes e reflexivos que sei que são, um tópico básico. Por que abordar essa questão? Eu sou branco, bem como muitos que visitam esse blog. Por que motivo é importante trazer esse assunto à reflexão?

Na humilde tentativa de uma resposta ao proposto, eu preciso voltar algumas centenas de anos no tempo e lembrar ao amigo ou amiga que os negros, ascendentes desses todos que aqui estão hoje, foram trazidos através de um infame comércio simplesmente para gerarem lucro. Preciso lembrar-vos que eles viviam sob as mais severas condições de sobrevivência, sem os mínimos direitos às básicas estruturas de vida. Preciso lembrar-vos também que toda a carga cultural desses negros africanos do século XVI ao XIX foram simplesmente desconsideradas, violadas, contrariadas, uma vez que eles eram obrigados a abandonar seus costumes, ritos e demais representações culturais. Preciso, ainda, lembrar-vos, se os amigos tem essa consciência, de que todo esse processo vil, ou seja, a forma o motivo pelo qual se escravizou o negro africano, ascendente dos nossos irmãos negros com os quais vivemos hoje em sociedade, é uma grande injustiça histórica.

Há alguns meses eu vi na televisão uma atriz negra defender as famosas e controvertidas "cotas para negros" das faculdades. A moça disse que essa política era válida para que se pudesse reparar um erro histórico, o erro de tornar o negro subalterno na sociedade brasileira. Não vamos tratar nessa matéria a política de cotas, mas aproveito as palavras da atriz. Precisamos reparar um erro histórico. Esse é um dos motivos pelo qual escrevo sobre esse assunto e um dos principais pelo qual desejo me aprofundar nessa questão, desde o século XV ou XVI até os nossos dias.