quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Funk, Mulher e Sociedade



Bem sabemos que em tempos antigos as mulheres tinham muito pouco ou nenhum espaço e liberdade na sociedade. Queriam entender algo da religião? Deviam perguntar ao marido, pois não lhes era permitido perguntar nos templos. Tinham alguma contestação? O silêncio era sua única condição. Alguma aspiração? Nada lhes era concedido. Cuidar da casa, de marido e filhos era sua missão e só. O prazer era algo que privilegiava o homem. Sempre. A ela cabia satisfazê-lo, como melhor aprouvesse ao seu marido. Hoje, graças a Deus, vivemos um tempo diferente. Mas isso não veio por acaso, isso foi conquistado com suor e sangue. Muitas mulheres morreram por promover e atuar em passeatas, protestos, em prol de uma melhor posição na sociedade.

A partir da revolução francesa, a mulher passou a atuar de forma mais significativa na sociedade, reivindicando, entre outras coisas, a igualdade entre os sexos. Na segunda metade do séc. XVIII, Na Revolução Industrial, a mulher foi inserida na produção, como forma de baratear os custos produtivos nas fábricas. Naquele tempo as mulheres trabalhavam ate 17 horas por dia e recebiam salários 60% menor que dos homens. E isso já era uma grande conquista... Manifestações operárias nos EUA e na Inglaterra fizeram com que as coisas melhorassem para as mulheres. Em 1819, após um enfrentamento com a polícia, resultando em tiros contra trabalhadores, a Inglaterra aprovou uma lei que reduzia a carga horária de mulheres e menores de 9 a 16 anos a 12 horas por dia.


Até hoje as mulheres lutam por igualdade, mas já conquistaram direitos inegáveis. Direito de serem tratadas com respeito. Não mais como objeto de satisfação sexual de seus maridos ou como uma funcionaria que deva receber menos simplesmente por ser mulher.

Nesse contexto inserimos o Funk carioca. Esse Funk simplesmente desmonta todos esse direitos, essas conquistas da mulher ao longo dos tempos. Um ritmo com letras que tratam a mulher como “cachorra”, “Tchutchuca”, “preparada”, “popozuda”, etc. Expressões que idealizam a mulher como objeto sexual, subjugada a condição de mantenedora do machismo extremo da sociedade atual.

Além de desvalorizar a mulher de forma vulgar, o Funk é altamente alienante. Observe a letra de um famoso funk: “Eu só quero é ser feliz, viver tranquilamente na favela que eu nasci. E poder me orgulhar e ter a consciência que o pobre tem seu lugar”. Leu? Releitura:” Não quero saber de progredir, melhorar de vida. Quero ser feliz aqui no lugar que nasci, sem estrutura, segurança, bem-estar social, etc. E tenho orgulho e a consciência de que o meu lugar é aqui na favela, não na cidade, pois sou pobre.” Altamente alienante. Uma ideologia interessantíssima para as classes dominantes. Isso que a burguesia quer: que o pobre continue pobre e longe do rico.

Nem é preciso gastar letras dizendo que o Funk, não raro, é contribuinte da violência, mas vamos lá. Letras com fortes apologias ao uso da violência e as facções criminosas. Fomentam na juventude das favelas o brilho do tráfico de drogas, a riqueza através dela, o status do traficante, o desrespeito pelas autoridades constituídas e a subjugação dos desarmados e toda a sociedade contrária as suas práticas hediondas.

Não é meu objetivo generalizar. A música é um elemento de alienação, não só através do Funk, claro. Mas, creio que você pode concordar que o que foi acima escrito corresponde a realidade.

Abração.

3 comentários:

  1. as mulheres brasileiras entre trinta e sessenta e poucos sentem vergonha do comportamento feminino atual, pois foram elas que nos últimos quarenta anos lutaram para que as "popozudas" de hoje tivessem a abertura de direitos que têm, inclusive o direito de igualdade sexual. com a inversão de papéis entre homens e mulheres, muitos jovens estão perdidos desorientados. estamos a beira de um colapso moral e psicológico total. SOCOOOOOOOORRRRRRO!!!!!!!

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  2. concordo plenamente com o texto acima acho que a mulher deve aprender a deixar de ser so um pedaço de carne.

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  3. É verdade xandi,os homens de hoje em 90% dos casos , têm o mesmo comportamento dos homens de 50 anos atrás, já as mulheres....
    a evolução feminina fez com que as mulheres, se sentissem superiores demais e algumas ,perdem a noção do poder que tem e ao invés de usá-lo em prol do seu próprio crescimento, banalizam a classe.

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