
No meio da semana fez sol... O calor do meio de um dia de trabalho pediu um sorvete então parei numa dessas franquias e pedi um. R$ 1,70 - mais caro que outros da concorrência pelo simples fato de estar localizado em frente a um belo canal de aguas verdes. Senti-me roubado, mas tudo bem, eu queria tomar um sorvete naquele momento e naquele local. Sentei-me à única mesa disponível, de frente para o canal, mas havia ali um Chevette estacionado. Seria mais agradável não ter nenhum carro entre eu e o verde do canal, mas se fosse um Honda New Civic prata seria menos mau. Pelos menos o Chevette não tinha vidros escuros, dava pra ver um pouco da paisagem por entre eles. De início fiquei um pouco aborrecido com o dono do usado carro, mas depois fiquei até com pena... Não por seu carro ser um Chevette usadinho mas por que ele pagou R$ 2,00 pra estacionar ali e nem deve ter tomado um sorvete, admirado a vista bonita do canal, sentido a brisa fresca na face, visto as belas mulheres passarem com seus trajes de sol quente...
É... O sorvete ficou até barato!
Depois passou do outro lado da rua um ambulante da Nestlé, com aqueles sorvetes de R$ 8,00. Então ponderei que o meu sorvete de R$ 1,70 estava num preço excelente. Passei a achar que fiz um excelente negócio ao tomar o sorvete ali, até com o Chevette me simpatizei, pois era verdinho, combinava com o canal ao fundo.
Quando o dono do Chevette, provavelmente um professor(não pelo carro, mas pelos livros que portava, ok? eu tb tenho carro velho!), se retirou com seu carro, tudo perdeu a graça e fui embora. Depois paguei R$ 2,50 num refrigerante sem gelo nem rodela de laranja e, o pior, sem nenhuma vista paradisíaca nem tampouco nenhuma filosofia de cotidiano...