segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Na Pracinha



Estava eu sentado ao banquinho numa pracinha aqui perto de casa lendo a política e os costumes da França no Século XVII quando presencio algo que me chama à atenção. Um menino de uns 10 anos passa com um amiguinho de mesma idade com um celular tocando uma dessas musicas de funk com vocalista gago. “Everybody-body-body-body sha-sha-sha-sha-sha-sha-shake”. Americano gago deve ser o maior barato mesmo, por isso que isso deve fazer tanto sucesso…
Então... Passou o tal menino e sentou-se com o amigo no banco ao lado do meu. O interessante foi a conversa deles.
Eu esperava que falassem sobre um novo game bombando ou algo assim, mas o menino colocou-se a reclamar das “atitudes infantis de papai”. Isso, ele estava, e pelo que percebi, com razão, reclamando do comportamento do seu pai que havia falado que iria a rua pagar uma conta de energia elétrica e teria passado o dia todo sumido de casa. Disse ele que sabia muito bem que ele estava de armação pra cima da mãe dele. Quando se lê é bem diferente.
O amigo leitor devia estar ali naquele banquinho vendo os gestos e expressões do jovenzinho. Cheio de razões, falava igualzinho minha mãe. Eu poderia desenvolver aqui um texto sobre o que leva uma criança a sair por aí com um Nokia tocando funk gago pela praça, mas o que me impressionou foi a maturidade revelada naqueles minutinhos de papo com o amigo dele. É bastante comum nos tempos de hoje crianças com atitudes precoces. Muitas começam a namorar cedo, são pais e mães no início da adolescência, e amadurecem forçadamente, por conta das responsabilidades impostas por eles mesmos. Pra tecnologia algumas parecem que nasceram com um programinha instalado... Acho que em breve praticamente não haverá mais curso de informática, eles quase já nascem sabendo operar tudo no Windows!


Por fim, impressionado com a diferença entre a idade e a postura sábia do menino, quase que eu vou até o banquinho deles e peço umas explicações sobre o rei Luis XIV.

2 comentários:

  1. Caraca, se só de ler fiquei impressionada imagina se eu estivesse naquele banquinho com vc!!!!! Muito bom. Beijokas.

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  2. Acredito na precocidade das crianças de hoje sim, mas em sua grande maioria têm mais informação do que conhecimento, se fosse o contrário poderiam estar interferindo positivamente nas próprias vidas, mas o que temos visto é que tão fazendo muita M..., certo?
    bjs,
    Verônica

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